DEPOIS DA TEMPESTADE





Quando cheguei a casa dela e me disseram que já lá não morava, tive de imediato um aperto no peito e uma brusca sensação de cansaço.

As minhas pernas vergaram-se-me e tive de me apoiar para não cair.

Assim permaneci, não sei por quanto tempo, mas depois…

Tive de reagir.

E depois de reflectir, decidi ir até à casa da sua melhor amiga.

Entrei no carro e alheado a tudo o que me rodeava… percorri as ruas estreitas onde novas construções se misturavam com casas velhas e desocupadas.

Ao contrário delas… o meu cérebro quase esgotado, era de uma forma abrupta, por um turbilhão de receios e dúvidas… ocupado.

Por isso;

Toda aquela viagem foi para mim, extremamente penosa.
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Lembra-me que conforme diminuía a distância quilométrica que me separava do meu amor, aumentava a dúvida e também a minha tristeza interior.

Lembrei-me de repente, de todos os esforços por mim feitos para manter viva a nossa paixão que ambos, dias antes da nossa zanga… jurávamos ser eterna.
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A viagem tinha acabado.
Eu parei o carro.
E sem forças para sair, fiquei dentro dele… completamente transtornado.

Foi então que com a mesma naturalidade que uma ferida sangra, os meus olhos se embaciaram, e por medo de a ter perdido, copiosamente dentro daquele carro eles por ela choraram.
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Limpei os olhos, coragem, ganhei e na porta da sua amiga, toquei.
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Foi ela… com a sua boa disposição de sempre, que abriu, me cumprimentou e sem perder tempo… logo por ela chamou.

Estava como sempre linda e sedutora.
Vestia apenas uma simples camisa rosa e debaixo dela o seu seio sobressaía de uma forma tentadora.
Quando ficamos sós, olhei-a silenciosa e demoradamente, enquanto ela para mim sorria deliciosamente…
E simplesmente me dizia…

Tive saudades tuas e fico contente por teres vindo.

Era tudo o que eu ali queria ouvir.
Aquelas suas palavras, acabaram por dissipar no meu espírito qualquer sentimento hostil.

Impulsivamente… Levantei-me e beijei-a sôfrega e loucamente.

Depois, apenas me lembra de lhe dizer…
Não te portaste bem comigo!
Podias ao menos ter-me dito! Que vinhas para cá.

Peguei-lhe na mão, levei-a aos meus lábios, e olhei-a mais uma vez de baixo para cima, e olhos nos olhos disse-lhe;
Estou cheio de desejo.
Vi os lábios tremerem-lhe e os olhos franzirem-se-lhe enquanto, que a sua boca me dizia baixinho…
Amo-te.
Demos as mãos, subimos ao quarto e enlaçados em cima da sua cama…
Gozamos deliciosamente não sei por quanto tempo o calor da nossa chama.

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