Durante as minhas horas de solidão existe sempre um momento em que vejo com uma clarividência gelada toda a minha vida presente e passada.
As coisas que fiz, e faço, tomam então a clareza de uma síntese que rapidamente me permite avaliar o certo e o errado.
Por vezes fico gelado e num espanto profundo, com tantos erros cometidos.
Poucas são as vezes que gosto na verdade de fazer este exercício de análise, e na maioria das vezes em que o faço, tento logo desembaraçar o espírito desta apreciação sobre os meus actos que nunca para de me chocar.
Sobre ti, questionei num desses momentos, os verdadeiros motivos da minha cega paixão.
Uma paixão violenta, dolorosa e obsessiva … e encontrei como motivos principais:
A tua fascinante beleza corporal,
O feitiço permanente desses teus olhos inquietos, profundamente verdes e terrivelmente sedutores,
Essas grandes pestana negras, sempre com um toque soberbo de um rímel que deliciosamente as tornava mais pretas e longas,
A beleza inquietante dos teus pequenos, e pontiagudos, seios de mulher,
O manto sedoso e brilhante desses teus longos cabelos pretos que por completo te cobriam os ombros,
O permanente estado de excitação que tu me fazias sentir,
A atracção profunda e comovida que exercias sobre mim.
Depois a teu lado, existia sempre:
Tranquilidade, felicidade, desejo, prazer, cumplicidade e emoção….
ESTADOS DE ALMA,
que exerciam sobre mim, uma forma de vida diferente da experimentada com outras mulheres.
s@si