INFERNO E PARAÍSO






Sempre que recordo aquele momento em que tive em meus braços o teu corpo nu e ainda cru num momento de dolorosa fome…
Um forte desejo me invade e consome. 

Um estranho calor me queima e num rápido, fico à beira de ser puro fogo e simples braseira.
Sabia bem! 

Que,
Gostavas que os meus lábios molhados vagueassem pelos teus seios arrepiados.

Que,
Gostavas que a minha mão inquieta e quente percorresse todo o teu ventre.

Que,
Gostavas que os meus dedos finos e macios percorressem o teu corpo rastreando-o, acariciando-o e nele se infiltrando.

Que,
Gostavas de sentir o meu apêndice físico entre as tuas coxas lisas e macias buscando em ti o prazer escondido e há muito reprimido.
Sim! Eu sabia bem…

Que,
Gostavas de todo este jogo de sedução e que o vivias com crescente emoção.

Que,
Sempre o desejavas e que a ele… com muito desejo te abandonavas.


Afinal! Tudo aquilo… 
Eram carinhos amáveis de preliminares sempre indispensáveis.


Mas a tarde caía. 
A noite regressava e o tempo para estarmos juntos escasseava.

Liguei por isso suavemente o teu interruptor de prazer… 
E logo estrelas brilhantes e coloridas, começaste a ver.

Estavas ali naquela cama cada vez mais excitante…
Respirando de forma ofegante. 

Senti então que estavas humedecida e numa insana loucura perdida.

Depressa! 
O silêncio daquele quarto foi rompido… 
Quando os teus lábios cantaram para mim… 
Lânguidos gemidos

Hoje! 
Continuas sendo para mim…
Uma lembrança sempre presente. Um desejo ainda lactente.

Talvez até, mais que tudo isso…

Pois, se tem dias em que tu és o meu inferno…

Tem outros, em que continuas sendo o meu paraíso.


@