Estávamos no início dos anos 70, ano em que pela primeira vez eu te encontrei.
– lembras-te!
Eras uma rapariguinha divina na tua beleza.
Teu rosto era de um oval perfeito, e nele repousavam dois grandes, olhos verdes e meigos.
Tua bela boca de lábios vermelhos e finos quando ria mostrava uma dentadura perfeita, muito regular e de extraordinária brancura.
E eu sempre te dizia que eras linda e que para mim tu te parecias com uma santa.
Se o teu rosto era belo o teu corpo era encantador.
Nessa altura pouco contava a beleza do corpo já que ao contrário de hoje ele permanecia quase sempre encoberto mas mesmo assim eu sempre vi nele um enorme fascínio.
As tuas pernas eram direitas e fortes, as tuas ancas suavemente arredondadas e as costas estreitas na cintura.
O teu ventre ligeiramente proeminente e arredondado era para mim mais um dos teus grandes encantos.
Já o teu seio era pequeno, mas firme e alto, e sempre se mantinha numa posição perfeita sem precisar de qualquer artifício.
Vestida, tu davas a impressão de seres uma rapariguinha vulgar mas desnudada parecias-me uma bela estátua.
Falo dessa tua beleza… entusiasmadissimo e sem qualquer malícia.
É verdade
que sem querer, que te encontrei.
É verdade
que querendo por ti logo me apaixonei.
Sempre me senti embriagado por toda a tua beleza feminina e sempre por ti eu estive apaixonado, mas era tão grande o meu medo de te perder que por vezes o meu amor não ultrapassava os limites do meu egoísmo.´
Que fazer!
Se eu era mesmo assim…
Que fazer!
Se eu te queria toda so para mim.
Dias calmos depois de muitos outros chuvosos e frios.
Dias em que o ar era doce mas ainda dorido dos rigores do Inverno.
Em todos eles...
Sempre que estava contigo, sentia-me feliz, e depois de te deixar… gostava de caminhar em passo lento e contemplar a caminho de casa, as coisas mais insignificantes, como:
Aquele gato preto e branco que dormitava e se aquecia nos ainda tímidos raios de sol, e que parecia entender… bem, o meu estado de espírito.
Aquele ramo de eucalipto caído, pelo vento cortado
e que eu sempre para casa levava, fervia e inalava.
Ou então o musgo que nascera nas paredes das casas e que me parecia tão aveludado como e tua pele e tão esverdeado como os teus olhos.
Já é tarde Meu amor… e depois tu sabes que o meu sono foi sempre semelhante a um apetite que se sacia sem esforços, por isso eu termino este meu pensamento sobre ti…para descansar e dormir.
Saboreia estas palavras que hoje te dedico mesmo não sendo dia dos namorados...
Pois tu para mim és um caso nunca encerrado,
Um amor a cada dia mais desejado e renovado.
Sim!
Eu sempre fui o teu gato
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